"Os
adolescentes infratores, usuários de crack, não têm mais paciência de
esperar o momento para furtar. Não perdem tempo, preferem assaltar.
Hoje, armados, eles partem para os crimes violentos, os assaltos,
homicídios e latrocínios".
A
declaração partiu do juiz de Direito Manuel Clístenes de Façanha e
Gonçalves, titular da Quinta Vara da Infância e da Juventude de
Fortaleza, órgão responsável pela aplicação de medidas socioeducativas
aos adolescentes que praticam atos infracionais (crimes).
Em
entrevista na TV, na última segunda-feira, o magistrado explicou que
nas audiências realizadas por ele à frente da Vara das Execuções das
Medidas Socioeducativas, já quase não se registram mais casos de garotos
apreendidos pela prática de furto.
"Eles se
armam e parte para os crimes mais violentos, como roubar e traficar
drogas. Por conta do vício ao crack, entram na vida da criminalidade de
uma forma violenta", acrescenta.
O juiz
explica que, na maioria dos casos por ele visto, os garotos usuários de
crack fumam em média 30 a 40 pedras de crack por dia. "E para isso,
precisam ter, todos os dias, pelos menos, 200 reais, já que uma pedra
custa em torno de cinco reais. Então, partem para os crimes mais
violentos, inclusive os homicídios e latrocínios". Na entrevista ao
programa ´Cena Pública´, da TV Ceará, Manuel Clístenes foi mais além e
disse que, diante do cenário atual do envolvimento de adolescentes nas
drogas, não vê perspectiva, de, a curto ou médio prazo, a violência
diminuir em Fortaleza.
Fonte: DN
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