Segundo Portal da
Transparência, a Sesporte, comandada há quase 3 anos pelo Deputado Estadual
Gony Arruda, conta com R$ 7,2 milhões de inadimplência em convênios. Do
total, três entidades centralizam R$ 2,5 milhões. Nenhuma delas funciona no
endereço que consta no convênio.
O Tribunal de
Contas do Estado do Ceará (TCE) vai investigar convênios celebrados pela
Secretaria Estadual do Esporte (Sesporte) com entidades sem fins lucrativos. A
14ª Inspetoria da Corte, especializada em convênios e contratos, verificou indícios
de irregularidades em convênios com a entidade Ciranda da Vida. O processo foi
distribuído ontem e ficará sob relatoria do conselheiro Pedro Timbó. Segundo a
Inspetoria, a Sesporte firmou este ano vários convênios com a entidade sem que
a prestação de contas de convênios anteriores tenha sido sequer analisada pela
Secretaria. Outras inconsistências foram identificadas, como por exemplo, na
composição do plano de trabalho, sem detalhes de como o dinheiro seria gasto. A
inspetoria já sugere que seja concedida cautelar, suspendendo repasses para a
Associação. A partir dessa apuração, outros convênios serão analisados.
O problema pode ser
ainda mais grave. o Jornal O Povo apurou, no Portal da Transparência, que,
desde 2007 até hoje, a Sesporte acumula inadimplência em convênios de R$ 7,2
milhões. Na maioria dos casos, são entidades contratadas para a realização de
eventos esportivos para diversos públicos. Considerando apenas convênios
assinados a partir do início de 2011, quando o secretário Gony Arruda assumiu o
cargo, a inadimplência registrada é de R$ 4,9 milhões, que foram distribuídos
em 48 convênios.
Chama atenção que mais
da metade do valor total da inadimplência destes 48 convênios esteja
centralizado em apenas três entidades do Ceará: Associação Cearense de Desportos,
Associação Brasileira de Windsurf e a Associação Cultural Recreativa
e Esportiva do Ceará. Juntas, elas totalizam inadimplência de R$ 2,8 milhões. O
Jornal O Povo visitou as sedes das três entidades e nenhuma delas funciona nos
endereços que constam no contrato. Vale lembrar que, para a celebração de
convênios, as entidades não eram submetidas à seleções públicas.
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