O celular de Alexandre Soares dos Santos não
despertou
Bilhete comprova que Alexandre
iria no ônibus que tombou
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Alexandre mostra o bilhete da
viagem
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Uma
tragédia chocou o Estado na manhã deste domingo (18) no município de Canindé,
quando um ônibus tombou e deixou pelo menos 18 mortos. Quem deveria estar
ocupando a poltrona de número 5, porém, não seguia viagem. Alexandre Soares dos
Santos, de 37 anos, chegou à rodoviária às 7h05, mas o ônibus havia saído na
hora marcada, às 7h. Alexandre
é analista têxtil e mora em Fortaleza, porém sua família reside em Boa Viagem,
local de onde saiu o coletivo. O homem havia ido visitar o filho de 5 anos e a
esposa, tendo saído da Capital no sábado (17), às 6h, e deveria voltar às 7h do
domingo. Esse trajeto já é rotineiro para Alexandre. "O meu filho tem 5
anos, e há 4 anos e meio faço esse percurso. Geralmente, vou uma vez por mês
visitá-lo", disse o homem.
O
analista têxtil ficou hospedado em um hotel em frente à rodoviária, mas mesmo
assim perdeu o horário. "Estávamos (no hotel) eu e minha companheira. Eu
coloquei o meu celular para despertar às 6h e a minha mulher colocou o dela para
6h15, mas nenhum despertou", revelou. "Eu acordei cedo, mas o quarto
estava escuro. Então esperei o celular despertar, como sempre faço",
disse. Alexandre
levantou para ir ao banheiro um pouco depois das 7h, quando olhou no relógio de
pulso e viu que estava atrasado. Ele chegou a correr para a rodoviária, porém o
veículo já havia saído. "Eu paguei mais R$ 8 e consegui sair no ônibus de
8h45", disse.
Ao
seguir viagem, o espanto para o homem veio no município de Madalena, quando uma
passageira recebeu uma ligação. "Eu estava em Madalena quando ligaram para
a moça da cadeira da frente, perguntando em qual ônibus ela estava, porque um
tinha capotado. Então seguimos viagem e passamos pelo acidente", relatou
Alexandre. "Só
caiu a ficha que era o ônibus que eu iria quando eu vi na frente que era o Boa
Viagem-Fortaleza. Eu fiquei em estado de choque. Até agora a ficha não
caiu", disse o analista.
Conhecidos
morreram no acidente
Além
do susto, Alexandre também terá que lidar com a perda de conhecidos. Duas
vizinhas de sua família morreram no acidente. "Da rua que a minha família
morava, morreram mãe e filha", revelou o analista.
Rotina
não mudará devido à tragédia
Alexandre
disse que não deixará de viajar no coletivo por causa do acidente, porém afirmou
que nunca esquecerá da cena. "Toda vez que eu passar por aquele canto vai
ser difícil para mim. Vou lembrar de tudo", afirmou. Assim
como o passageiro, a família ainda permanece incrédula com o fato. "Minha
mulher está muito mal, e me liga de 30 em 30 minutos. Eu acho que nem vou
conseguir dormir direito", finalizou Alexandre.
Fonte:
Diário do Nordeste
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