A presidente Dilma
Rousseff não cortará nenhum dos 39 ministérios nem pretende mexer no primeiro
escalão agora. Em conversa de três horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, na quarta-feira (24), Dilma mostrou preocupação com a queda de popularidade
do governo, observada após os protestos de junho, mas disse que não vai ceder,
nesse momento, a pressões por mudanças na equipe. A portas fechadas houve
muita reclamação sobre o comportamento do aliado PMDB e também do PT. Não foi
só: Dilma pediu ajuda a Lula para "enquadrar" o PT, que, no seu
diagnóstico, não está colaborando como deveria para defender o governo e o
plebiscito da reforma política.
Para a presidente,
divisões na seara petista e o coro do "Volta Lula" prejudicam a
governabilidade. Embora a última pesquisa Ibope, feita por encomenda da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), tenha sido divulgada nesta quinta
(25), Dilma e Lula já sabiam dos números quando se reuniram, em Salvador, para
analisar o cenário político. Apreensiva, a presidente chegou a perguntar a
auxiliares qual seria a repercussão na mídia da má avaliação do governo, em
meio à visita do papa Francisco ao Brasil.
Apesar das queixas
recebidas nos últimos dias sobre problemas na articulação política e na
comunicação do governo, Dilma avisou que não fará mudanças sob pressão. Na
prática, ela não quer mostrar fragilidade num momento em que a própria base
aliada está conflagrada. Lula apoiou a decisão da presidente. Em conversas
reservadas, porém, petistas próximos a Lula dizem que Dilma "passou do
prazo" para promover uma reforma ministerial.
Agora, ela planeja
trocas na equipe no fim do ano ou até mesmo no início de 2014, pouco antes do
prazo estipulado pela Lei Eleitoral para quem for candidato deixar o Executivo.
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